As crianças precisam adquirir regras de condutas e valores. Essas regras
são dadas pelos pais e pelos educadores. Quando as crianças são capazes de
respeitar limites, é possível para elas, com ajuda de pais e professores ir
além desses limites. Ou seja, as crianças só podem criar novas regras quando
conhecem e até chegaram a respeitar os limites oferecidos anteriormente. Por
isso, é importante encorajá-las a fazer coisas novas, mas sabendo até onde se
pode ir e conhecendo quais são os limites, pois isso dá segurança às crianças e
não significa ser autoritário. Dar responsabilidades não traumatiza as
crianças. Por esse motivo, os limites não devem ser entendidos como negativo,
isto é, como as condutas para além das quais as crianças não podem ir. Os
limites devem ser compreendidos também num sentido positivo, já que eles
permitem que a criança saiba onde está, qual a sua posição no espaço social e o
que faz se sentir segura.
Como contribuir com o estabelecimento dos limites para as crianças?
Preparando-a para entender que não pode fazer o que quiser na hora que quiser.
É necessário discutir sobre as razões dos limites a serem respeitados. É
importante não criar limites gratuitos ou excessivos porque isso age contra a
liberdade da criança, contra a sua criatividade, e impede que ela desenvolva
sua capacidade de exploração, prejudicando, dessa forma, sua autonomia e seu
desenvolvimento.Por outro lado, o castigo só tem sentido quando a criança percebe seu significado, sua lógica, sua justiça e sua coerência. Bater numa criança porque não respeitou as regras não contribui na aquisição de valores morais. (p. 79)
PARRAT-DAYAN, Silvia. Como enfrentar
a indisciplina na escola: Editora Contexto, 2008.
Este livro foi
trabalhado com as professoras do CEIPA neste mês de outubro